quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Olímpia-Thermas dos Laranjais - dez -2010

Nem a GOTA ou muitas gotas foram suficiente para abater os Dragões em sua sede por aventuras...... Olha aí nós na estrada!

Os Dragões saíram para mais uma aventura na estrada, ainda sem os amigos Sombras, pois estes estão cuidando do seu mais lindo projeto, a chegada do Sombrinha Murilo, lá pelo mês de março.
Decidimos aproveitar as férias de 20 dias do Véio e colocar a máquina na estrada. O roteiro era ambicioso: 10 mil quilômetros de São Paulo até a capital Brasília, voltando por Goiás e Minas Gerais.
Calculamos o tempo, custos, marcamos pousadas, rotas, equipamos a moto com bolsas, mas perto da data marcada veio a surpresa - telefonaram da escola da minha filha e informaram que a mesma estava de recuperação em algumas matérias, portanto resolvi esperar os resultados finais das provas, sabe para dar aquele apoio de mãe. Enquanto acompanhávamos todo o processo o Véio relaxou na dieta e começo a ter dores de GOTA. Depois de uma consulta médica e uma bronca do profissional, tivemos que dar um tempo para o pronto restabelecimento do piloto sênior.
Enfim, com as coisas de volta aos eixos, retomamos nossos planos de viajem, mas devido ao adiantado do período, reformulamos o destino. Tinha que ser um local bem mais perto e em conformidade com as nossas condições físicas e de segurança.
Assim fechamos uns dias nas Thermas de Laranjais, na cidade de Olympia, no interior de São Paulo.
Coração “bombeando” forte e com a adrenalina alta, saímos de Mauá às 6h30min do dia 11/12. Com a estrada livre, sem pedágio, descansados e saudosos de passeios, fizemos uma pequena parada para abastecer a moto e um cafezinho rápido (bem eu bebi chocolate quente, só pra variar) no 1º posto da Bandeirantes e puxamos quase 300 km até outro posto de combustível já na Washington Luiz, em uma atitude ousada do Véio, pois a HD estava com todas as lâmpadas de alerta acesas, gritando: - TÔ VAZIA.
Na cidade de Olympia, localizamos a pequena e modesta pousada. Apresentamo-nos à recepção que nem se deu o trabalho de conferir os nossos nomes ou documentos. Por volta das 14h, já acomodados e famintos, fomos ao Parque. Na portaria tive uma pequena desinteligência com o bilheteiro, pois o rapaz não aceitou o boleto de pagamento da faculdade como comprovante, que sou estudante, que me conferiria desconto de 50% nos pagamentos. O funcionário olhou-me, calculou o meu quase meio século de vida e exigiu uma carteirinha oficial da faculdade, coisa que eu não tenho. Conclusão: paguei integral. Lá dentro seguimos diretamente a uma lanchonete. Escolhemos sanduiches e sentamos para saboreá-los sob umas árvores, pois o dia estava muito quente. Estávamos entretidos entre uma e outra bocada da comida quando um som de assas batendo e farfalhar de folhas chamaram a nossa atenção. O Véio olhou para cima e foi o tempo de pular da cadeira. Uma pomba, que mais parecia um peru, resolveu que o galho seria um bom banheiro e não teve pudor, abriu as penas e se aliviou. Passado o susto e mais alertas quantos a fauna local iniciamos uma turnê pelas atrações aquáticas. Todo o parque é muito legal e com preços acessíveis. Exaustos da viagem e das brincadeiras voltamos para a pousada perto das 20h e caímos na cama e dormimos até o outro dia.
No domingo, com o sol rachando de tão quente, voltamos ao parque. Nós e mais um “milhão” de turistas. Parecia que todos os mineiros decidiram atravessar a fronteira e se resfastelar nas águas termas de Olympia. Até os espaços nos armários se esgotaram, acabamos guardando nossos pertences em uma sacola plástica com um número de controle, mas foi, em fim, se assim posso dizer, uma experiência antropológica na diversidade, digna de uma tese do doutorado, pois as pessoas mesmo em um espaço de lazer mostram seu lado mesquinho e pouco evoluído, de forma que presenciamos e, quem conhece o Véio sabe que também protagonizamos, eventos de falta de tolerância, egoísmos, disputa por fila, cadeiras, banheiro, brinquedos etc. Contudo, para quem aprecia, como eu, ouvir conversa alheia, observar comportamentos e tirar as próprias conclusões, o parque era um grande laboratório.
A cidade, como um todo, aparenta carecer de investimento e infraestrutura, de forma que circulamos apenas o necessário para nos alimentarmos e nos recolhíamos à pousada nada confortável. Os únicos serviços em abundancia eram os “botecos” e os templos religiosos disputando, parede a parede, os moradores.
Na segunda-feira o tempo mudou e durante todo o dia fomos atormentados por uma chuva gelada, mas no parque compensávamos o frio dentro das piscinas quentes. O local estava praticamente vazio, o que nos permitiu usufruir melhor das atrações e o Véio, já refeito das dores da GOTA, deu um show no surf, com direito a calção expondo perigosamente suas partes onde não se usa protetor solar. A atitude cobrou seu preço, durante a noite comecei a sentir dores no ouvido, garganta, cabeça, dente, até naqueles que eu não tenho mais.
Na manhã seguinte, pagamos a hospedagem e pegamos a estrada. Pouco depois reiniciou a chuva, em cima da moto tudo ganha maiores proporções e parecia que o mundo estava se desmanchando em água. No meio do caminho percebi o Véio apontando freneticamente para a própria perna, quando olhei havia restos de uma ave espatifada pela calça e pela bota. Foi nojento...irq, mas devido a chuva forte, poucos quilômetros depois já não havia vestígios do incidente, e, fora a molhadeira, chegamos em nossa casa sem outros maiores tropeços. Estávamos tão encharcados e cansados que o Véio tomou dois comprimidos de relaxante muscular para poder dormir, e eu fique à base de ante-térmico e chazinho, estava quase tendo que pagar imposto por transporte de remédios ou correndo o risco de ser presa por tráfico de drogas.
Em casa, no outro dia, matamos a saudade de nossas meninas, desfizemos as malas, contamos as histórias, vimos às fotos e os filmes e temos a certeza que VALEU ! Andar de moto é uma experiência prazerosa e única.
A surpresa negativa ficou por conta das malas novas que enrugaram pela combinação da chuva e sol forte. PROCON aí vamos nós....