segunda-feira, 9 de setembro de 2013

PASSEIO DA INDENPENDÊNCIA



Este sábado eu e o Cássio fizemos um passeio de moto com sabor de teste.
Aproveitamos o feriado de 07 de setembro e caímos na estrada, sem os nossos amigos Insanos e Sombras que tinham outras aventuras que envolvem fraudas e festas. Traçamos o itinerário para Paratí – RJ, consultamos o Climatempo....ehhh previsão de sol, verificamos pontos de abastecimento e desabastecimento, previsão de café da manhã e fizemos nossas malas. Falei que tinha sabor de teste, pois instalamos todos os novos recursos tecnológicos na Fiona, como GPS, câmara fotográfica, fizemos simulações de bagagens e usamos alguns acessórios de vestuário com vistas à próxima aventura para o Chile e a Argentina, no final deste mês.
Caso cause alguma estranheza e curiosidade quem é a Fiona, dando a impressão que mais uma integrante do grupo, saiba que ela não é quem e sim o que. Tenho este estranho costume de dar nome aos meus veículos, mas confesso que desta vez foi o Cássio quem batizou a nova moto, uma BMW f 800, de cor marrom esverdeada que sob o sol fica com nuances dourados, de Fiona, uma alusão à personagem da animação Sherek. Achei muito legal, tem tudo a ver com a linda máquina: cor esverdeada, forte, elegante, valente, linhagem nobre e cheia de recursos.  
Mas voltando ao passeio...acordamos cedo (taí uma coisa que eu nunca vou me acostumar), montamos a moto e saímos. Já na estrada o clima estava nublado mas prometia calor. Quando chegamos à alça de acesso à Rodovia Dutra havia transito e um congestionamento enorme não previsto. Percebi o Cássio falar algumas palavras que pareciam ...“caraca que transito, prefere ir pra Paratí ou Santo Antonio do Pinhal?..” mas com o capacete fechado o ronco da moto não decodifiquei o assunto e concordei assim mesmo, gente, casamento é assim mesmo: uma questão de confiança, sem contar que eu não tenho a menor senso de direção ou conhecimento em geografia.  

Com a estrada aberta enrolamos o cabo e soltamos os muitos cavalos da Fiona (legal né, já tô falando jargão da irmandade de moto). Rapidamente chegamos ao nosso novo destino, Santo Antonio do Pinhal totalmente oposto a Paratí, no meio da Serra da Mantiqueira. O GPS enlouquecido tentando recalcular a rota e um ventinho gelado fazendo-me pensar no conteúdo da minha mala: biquini, chinelo, camiseta e etc.
No local fizemos um reconhecimento da cidade, na busca de um posto de combustível e uma padaria aberta para um cafezinho para acalmar a fome. Achamos um posto e resolvemos um dos probleminhas.




Apesar de muito charmosa Santo Antonio não oferece pontos turísticos significativos (pelo menos para nós que não curtimos caminhadas e aventuras não motorizadas, rss...), contudo subimos até o Pico Agudo, ponto onde os aventureiros saltam de asa delta. A estrada de terra e com poucas indicações ofereceu um bom desafio ao piloto e à moto, que ambos superaram com supremacia. A vista do alto é deslumbrante, mas não tem infraestrutura, ou seja, nada de banheiro ou comida.


A descida me parece sempre mais tensa e o Cássio ficou na dúvida se ligava ou desligava a tração o freio ABS, como não sei o que isso significa cumpri meu papel: sorri, balancei a cabeça de forma amigável e grudei na garupa.



No pé na serra há uma cafeteria muito agradável, assim paramos para comer algo e usar os sanitários. Pegamos panfletos e decidimos seguir até o Sul de Minas Gerais.

 




Lá adentramos na cidade de Gonçalves e seguimos algumas indicações até uma propriedade particular com 03 cachoeiras. Muito bonita a fazenda, mas eu não levo muito jeito pra caminhada e trilhas assim não vimos todas as quedas já que o acesso passa por dentro do pasto bovino e tinha por lá umas vacas de verdade soltas, com aqueles olhinhos malvados de parecem dizer: - eu sei que você comeu minhas irmãs!; sem contar que eu estava calçando botas impermeáveis novas, calça com proteção, camiseta manga longa, não que estivesse calor mas com certeza a minha vestimenta não era para aquele ambiente.
A fazenda não tem lanchonete, vendia apenas água, que eu quero acreditar não era retirada diretamente do rio, e refrigerante. Devido o efeito do cafezinho com bolo de fubá anterior o Véio precisou usar urgentemente o banheiro que estava limpinho, mas sem trinco na porta ou papel higiênico disponível e tivemos que anunciar a necessidade aos funcionários do local.

















 Ficamos pouco e começamos a voltar para São Paulo, contudo precisávamos fazer uma refeição concreta e paramos em outra fazenda, pois estávamos varados de fome. Fomos recebidos pela proprietária de forma acolhedora que resolveu contar a sua história (longa) e os infortúnios da condição financeira da fazenda e as estratégias para manter o negócio viável, que o Cássio interrompia de tempos em tempo tentando encerrar o assunto, perguntando: - o serviço do restaurante ainda está aberto...até que horas...não, não temos interesse em passear até o pomar ou andar a cavalo ou ver o mirante, etc. Em fim, sentamos à mesa com a mulher em nossos calcanhares perguntando: - posso por a foto de vocês no facebook? A comidinha servida é caseira saborosa e simples mas com preço de gourmet refinada, que foi por nós consumida de forma rápida, pois a todo instante a proprietária nos abordava para saber se estávamos satisfeitos e, ainda, apareceu o marido sorridente com cara que tinha outras muitas histórias para contar.



O retorno à Mauá foi tranquilo, com pouco transito, muito vento na estrada e um pouco de frio. Foi muito prazeroso o passeio e o melhor foi que além de avaliar os novos recursos para a moto o Cássio foi testado no quesito flexibilidade para quando os planos, cronogramas e roteiros originais não são cumpridos. 


Parabéns Cássio, você está prontos para enfrentar eventualidades e manter o bom humor. Hermanos lá vamos nós!!

Lucilene
08/09/13