domingo, 27 de março de 2011

E ai chegou a Cerejinha....Março 2011


Desde mocinha, lembrem-se eu sou do tempo que não havia este conceito de adolescente, ou se era criança ou adulto e depois velho mesmo, sem eufemismo de melhor idade, etc., sempre admirei motocicletas e motoqueiros. Enquanto circula a pé ou de trem, situação que ninguém merece, fantasias de grandes aventuras povoavam a minha mente. Eu tinha um plano: 1º compraria uma ”mobilete”, para os desavisados era uma bicicleta motorizada que na subida tinha que pedalar; 2º evoluiria para uma 125 cc, como só conhecia a marca Honda, pensava nela mesma, vermelha e sem a necessidade da ajudinha do pedal; na sequência transcenderia para uma máquina veloz e imponente, cromada, com pára-brisa e malas laterais, circundadas com belas franjas esvoaçantes, com direito a capacete estilo coquinho, apenas como acessório, pois no milênio passado o uso do equipamento de segurança era opcional nas ruas da cidade.
Montada, então, na minha fantasia reluzente cruzaria a Route 66, localizada nos Estados Unidos da América, é claro que também pensava que nessa fase teria um grande e unido grupo de motoqueiros, acho que até passou pela minha cabeça uma coisa de eu ser a líder do grupo..., pois bem, enquanto o projeto cozinhava lentamente, conheci um rapaz de nome Cássio, que gostava de motos e tinha planos parecidos com os meus. Da amizade surgiu o namoro e, maravilha, ele comprou uma moto, apelidada por mim de Preciosa, com chaveiro personalizado, sabe eu tenho essa mania de dar nome a objetos, escrevendo assim parece bem esquisito, mas, em fim, por meses nos divertimos muito, bem fora a parte dos tombos e a quantidade de “sermãos”, de todos os lados, referentes aos riscos de acidentes e bla bla bla. Para minha frustração o alheio levou nosso brinquedo, mas em compensação o namoro ficou sério e, eeepa isso já é outra história, voltando...Vinte anos depois, em 2005, quando minha filha Lígia atingiu idade para dirigir e revelou interesse em moto, rapidamente o Cássio ressuscitou o sonho e comprou uma; aquela coisa de ser para a menina e tal, mas quem conhece o Véio (Véio é o apelido que o Cássio ganhou, pois está ficando velho, obviamente), entendeu que ele estava dando sequência aos planos interrompidos, já que a Lígia nem sequer chegou perto da motocicleta. No início de 2008 veio o Dragão e em 2009 a HD e eu sempre feliz e aconchegada na garupa (acho que a palavra real é dormindo na garupa) e os amigos do MC me desafiando: [... e ai Lú, não quer aprender, atualiza a habilitação, pilota...], bem eu tentei, mas a insegurança foi mais forte, pensava: se eu quebrar algum osso depois de certa idade não conserta mais, e não teve jeito medrei. Mas uma nova ideia foi crescendo na minha imaginação, tomou corpo e pronto, resolvi o problema volteia aos primórdios: comprei uma motinho, que chegou em 24.03, pequenininha, vermelhinha e agora tá tocando terror aqui em Mauá, dando voltinhas pelo quarteirão, mas em um futuro bem próximo, pretendo expandir para outros territórios. Já circulei por 15 km, fiz até uma bolha na mão. Para não perde o costume eu e as meninas batizamos a moto de Cerejinha. O processo está como eu tinha idealizado, e eu estava certa desde o início é muito legal pilotar...valeu a pena esperar e não deixar o sonho morrer ou melhor, desvanecer.
Nota mental - não gosto da palavra morrer associada a histórias de moto, ofusca todo o brilho.

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